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Foto do escritorFranz Brehme

Uma longa jornada: meu caminho na obra de Tolkien

Atualizado: 29 de out. de 2019

Este texto é daqueles textos que a princípio eu não escreveria, mas as circunstâncias que o incentivaram e o produziram (ao menos em grande e fundamental parte) me levaram a crer, não sem muito custo, que poderia ser relevante para todos aqueles que possam necessitar estudar algo de “contexto sociológico” (especialmente de público) relacionado às obras de John Ronald Reuel Tolkien no Brasil.


Meu querido Erick Carvalho, da Toca RJ, recentemente esteve na Tolkien 2019, em Birmingham, falando sobre as iniciativas relacionadas à vida e obra de Tolkien no Brasil. Como preparativo para essa fala, me pediu que lhe contasse um pouco da minha história e experiência com Tolkien, como era o mundo quando conheci Tolkien e como ele está hoje. Houve mudanças no cenário?


Este é o Erick, durante a Tolkien 2019. Foto tirada da fanpage da Toca RJ.

Bom, o texto a seguir foi atualizado, expandido e reformulado com relação ao que mandei para o Erick naquele então, mas como trata dos mesmos fatos, talvez apenas a forma narrativa esteja diferente, abrangendo mais detalhes que foram vindo a tona nos dias seguintes ao envio do texto ao Erick.


Vale dizer que este texto foi escrito com muita alegra e muita timidez, mas não pude recusar o pedido em vista da sempre gentil e alegre alma que é o Erick. Um amigo em Tolkien e na “celticidade”.


A alegria que me gerou escrever este texto é natural: sempre que alguém me pede para falar de Tolkien (ainda que incidentalmente, como neste caso, já que não estamos falando especificamente da obra aqui), eu preciso controlar minha incontinência verbal.


Por outro lado, a verecundia produzida em mim se refere à pessoalidade do tema, já que a presença da obra de Tolkien em minha vida se confunde com a própria história da minha vida. Explico: este escriba, que nasceu em 1983 e teve contato com Tolkien a primeira vez durante as férias de inverno de 1989.


Mais que isso: eu realmente tendo a crer que meu relato é irrelevante no contexto “Tolkien no Brasil”, já que há tantos Tolkienistas de renome e com mais tempo nisso que eu (aliás, eu nem me considero um Tolkienista, já que não sou um acadêmico, apenas um fã), como o Reinaldo José Lopes e Ronald Kyrmse, por exemplo (aproveito para citar outros fãs e Tolkienistas que tem muito mais que eu a dizer, como a Rosana “Shelob” Rios, o João “Mandos” Uberti, a Sheila “Vairë” Uberti, o Maurício “Phalkon” Osca, Diego Klautau, o Pedro “Ondo” Bernardinelli, a Débora “Valië” Souza, entre tantos outros). Outrossim, a realidade concreta tem me mostrado que as pessoas ao meu redor estão sempre dispostas a ouvir meus relatos e, por isso, passei a acreditar que talvez este texto possa ter seu valor.


Vamos à história.


No mencionado inverno de 89, um amigo de meu irmão (sou o secundogênito), nascido de um casal franco-brasileiro (mas que vivia em Paris – não sei mais onde está, décadas sem contato), nos introduziu aos RPGs de mesa (até então, apenas conhecíamos a clássica série Aventuras Fantásticas e seu livro de RPG de capa preta, com um dragão e um cavaleiro) e à obra de J.R.R. Tolkien. Ele nos disse: "se gostam de Marion Zimmer Bradley (conhecíamos por Darkover, não por As Brumas de Avalon) e das lendas do Rei Arthur (o ciclo arthuriano nos era caro, entre outros, por Merlin, de Robert de Boron), devem procurar Tolkien".


Nessa época, vivamos o auge da “Era do Xerox” do RPG no Brasil e era difícil encontrar pessoas com gostos semelhantes aos nossos (foi justamente nessa época que conheci o “heavy metal”, que ouço até hoje). Mas foi por conta desse inverno que descobrimos a Forbiden Planet, no vetusto Shopping Pompéia e a banca Comix. Apenas anos depois disso iramos descobrir a Devir.





Começamos a busca pelos livros desse “tal de” JRR Tolkien e logo nos deparamos com as dificuldades de um mundo que começava a diminuir suas fronteiras tecnológicas e comerciais. À época, o que havia de mais acessível para nós, brasileiros sem acesso ao inglês, eram os livros da editora Europa-América. Contudo, comprar livros portugueses era MUITO complicado: difícil encontrar os livros, sobretudo para nós que morávamos no rincão do ABC paulista. Os livros ou estavam em São Paulo ou em Santos e, além disso, eram bastante caros (aprendi que, na época, a moeda portuguesa era o “escudo”).


Pensem que eu, com 7 anos, ainda não sabia nada de inglês, então meu irmão e eu começamos a economizar moedinhas no meu cofrinho para isso... A alegria da minha mãe em nos ver ter interesse por livros era tremenda (meu irmão já tinha esse entusiasmo com literatura: para mim era algo mais novo, dada minha idade).


Ler Tolkien, para mim, se tornou quase que uma obsessão, tornou-se uma espécie de Demanda, Quest, Missão, Coisa: ganhar XP para subir de nível e comprar as perícias necessárias até conseguir ler esses livros em inglês...


A busca pelos livros de O Hobbit e o Senhor dos Anéis durou até 1994, quando a Editora Martins Fontes lançou a trilogia do Anel, mas antes disso eu fui conhecendo Tolkien conforme ele se disponibilizava para mim: a mesma editora Europa-América tinha um livro resumo para estudantes de Tolkien, com resumos de O Senhor dos Anéis e O Hobbit. Antes disso até havia encontrado um livro ou outro de O Senhor dos Anéis, mas nunca o primeiro, apenas o segundo ou o terceiro, tornando a aquisição temerária e, portanto, nunca concretizada.


O livro resumo é esse com capa amarela. O de capa cinza é o manual do jogo. Foto do meu acervo pessoal.

Antes de 1994, contudo, compramos um jogo de computador da Interplay de O Senhor dos Anéis (ou talvez tenha sido na mesma época em que encontrei o livro resumo acima... difícil dizer), com manual original, e um resumo cronológico da Terra-média, suas raças, principais personagens, etc. Aludido jogo possui "cut scenes" com a animação de Ralph Bakshi e uma trilha sonoro fantástica. Agora com 11 de idade anos, outra meta apareceu: conseguir uma cópia dessa animação (o que aconteceu por meio de um VHS pirata comprado por meio de uma loja na Liberdade..., já que eu não tinha um “Amazon.com” da vida para comprar pela internet, muito menos um cartão de crédito. Anos mais tarde, após o sucesso do filme, consegui uma cópia em DVD lançada pela Warner no Brasil).


E como sabia que o idioma original era o mais fácil de conseguir (sim, eu conseguia encontrar mais fácil livros em inglês do que em português de Portugal), esse foi um momento decisivo em minha vida e comecei a aprender inglês. Mas estudei por conta, jogando jogos de computador (nessa época, jogos e aplicativos só existiam em inglês, nada de legenda/dublagem em português), lendo e traduzindo letras de canções, vendo os livros de RPG importados do meu irmão.


Traduzia tudo palavra por palavra, ainda que literalmente, e assim conseguia deduzir algum sentido nas coisas naquela imensidão de palavras. Eu até desenvolvi, por influência do meu irmão, um caderninho em que anotava as palavras que não conhecia, criando uma espécie de dicionário de consulta rápida para mim.


Foquemos no ano de 1994: Bienal do Livro. Compro logo a Biografia de Tolkien, por Humphrey Carpenter e A Sociedade do Anel..


Foto do meu acervo pessoal.

Devoro tudo em duas semanas. Junto dinheiro, para comprar as Duas Torres: uma semana. O Retorno do Rei: 3 dias. As releituras foram inúmeras desde então... Curiosamente, as Duas Torres foi consumido enquanto eu sofria as dores dos estirões da puberdade e uma inflamação na bacia decorrente disso.

Bom, um pouco de minha vida social até então: eu, meu irmão, minha uma amiga e o irmão dela era o meu campo amostral de amigos que liam Tolkien. E queríamos muito que existisse mais gente com quem pudéssemos partilhar (além dos amigos que influenciamos a ler, mas que não tinham o mesmo animo que nós).


Em 1994 também aconteceu o 2º Encontro Internacional de RPG, ocorrido na marquise do Parque Ibirapuera, ocasião em que conheci meu amado amigo (e hoje padrinho do meu casamento) Phalkon.


Os horizontes se expandiram: o Universo de pessoas que conheciam Tolkien e RPG se expandiu.


Efetivamente, 1994 foi um ano muito importante para mim. Chorei a morte de Ayrton Senna, mas fortaleci minhas amizades mais duradouras e perenes, uma das virtudes mais importantes que soube cultivar e fazer florescer com as obras de Tolkien. Para mim, este é seu legado.


Um ano depois, durante uma feira do livro em São Bernardo do Campo, a qual visitava por ocasião de uma excursão escolar, vejo um lançamento que não fazia ideia que estava sendo preparado: O Hobbit. E eu tinha dinheiro! Comprei sem pensar e logo que completei a leitura, reli o SdA. Era um êxtase! FINALMENTE EU ERA CAPAZ DE COMPREENDER OS DETALHES DA AVENTURA DE BILBO E COMO ISSO SE RELACIONAVA COM O SENHOR DOS ANÉIS! Pensem em uma criança feliz.


A partir daí, surgiu em mim a necessidade de ler o Silmarillion, que só viria a ser lançado no Brasil em 1999.


Nessa peregrinação de quase cinco anos, descobri a existência de uma livraria portuguesa, a “Livros de Portugal”, na Rua Genebra, em São Paulo, graças a amiga (saudade, Carol!) que compartilha o mesmo apreço pela obra de JRR Tolkien comigo desde a mesma época (sim, é a mesma que citei sem nome acima junto com seu irmão). Lá consegui o Silmarillion, na edição vinda do Velho Mundo. E a vida estava completa (para mim, naquela época, era o que existia de Tolkien para mim).


Até que vi, no final do livro português, uma lista dos livros publicados pela editora e havia outras coisas que desconhecia: As Aventuras de Tom Bombadil, por exemplo, entre outros. Eis porque esta história não acaba aqui...


Na virada de 1998 para 1999, fui para o Chile (onde moro agora) de férias (meus pais são daqui) e, numa daquelas certas peregrinações a livrarias, encontrei todo um novo universo: livros de Tolkien em capa dura, ilustrados, calendários e volumes que eu não fazia ideia que existiam em outro idioma que não o original em inglês. Um “tal de” História da Terra-média (que em espanhol foi dividido em História da Terra-média e História de O Senhor dos Anéis) e um livro chamado “Los Cuentos Inconclusos de Númenor y la Tierra-media" (nosso Contos Inacabados)... imagine o êxtase! O que para mim só seria acessível se eu dominasse o inglês (ainda não me sentia apto a tentar ler livros – em geral – em inglês) estava facilmente disponível em espanhol (ainda que, como descobri anos depois, com inúmeros problemas de tradução...).

Lembro, inclusive, que nessa época, eu começava a arranhar algo do inglês, mas me sentia intimidado pelas obras de Tolkien.


Outros títulos de fantasia me acompanharam durante esse tempo, em especial me lembro da Trilogia dos Dragões de Dragonlance, pela Europa-América.


Em 1999 houve o lançamento de O Silmarillion, com uma palestra do Mestre Ronald Kyrmse, na Martins Fontes da Avenida Paulista, a qual estive presente. O local estava repleto de gente! Todos compartilhando um amor em comum! Havia uma "TOCA SP"! Meu horizonte se expandiu. Nesse dia, conheci pessoas que viriam a ser tornar parte da minha vida (e até da minha família! - ainda que brevemente), mas que também se tornaram amigos por toda a vida! Ah, caro John... Sua obra é muito mais do que livros sobre anãos, elfos, hobbits e anéis mágicos... muito mais...


Foto do público no evento de lançamento de O Silmarillion. Encontrei no site Tolkien Brasil, mas acredito que deva ser do acervo pessoal de Ronald Kyrmse.

Foto do meu acervo pessoal.

Como disse a Galadriel da versão cinematográfica, "história se tornou lenda, lenda se tornou mito", mas, diferente do que ela diz em seguida, nada se perdeu, apenas cresceu: chegaram ao Brasil os RPGs inspirados na obra de Tolkien chegaram ao Brasil pela Ediouro (não lembro exatamente a época), tanto livros jogos, como a versão compacta do MERP (que eu já tinha jogado, na sua versão integral, no Encontro Internacional de RPG, mas não tinha por que era em inglês).


Logo viriam os filmes e o boom da coisa toda: mais livros traduzidos, mais gente conhecendo, a popularização da obra em função da Internet, jogos eletrônicos, como o LOTRO e uma nova leva de RPGs inspirados na Terra-média. Era alegria pura: poder compartilhar com mais pessoas aquilo que, durante muito tempo, apenas consegui compartir com um círculo muito restrito de pessoas. E eu queria espalhar isso para todos! Imagina minha felicidade ao andar pelas ruas e ver um cartaz com a Arwen ou os Nazgûl? Poucos compreendiam minha animação com o lançamento dos filmes.



Foto do meu acervo pessoal.


Durante o período compreendido entre 1989 e 2003, quando terminou o primeiro ciclo cinematográfico de Tolkien com o lançamento de O Retorno do Rei, o Brasil viveu uma expansão sem precedentes na fantasia e no mundo “nerd”: diversos títulos de RPGs traduzidos (o mais celebro deles, inclusive, o Advanced Dungeons & Dragons teve sua versão da Editora Abril), títulos de literatura, jogos, espaço crescente nas feiras de livros, novos autores nasceram... O "nerd" passou a ficar cada vez mais difundido e popular.

Para mim, o auge da divulgação da obra de Tolkien nessa época dos filmes de Peter Jackson se deu em 2003, quando os grupos presenciais (que também tinham listas de discussão por email) editoras se reuniram e fizeram um evento, no Centro Cultural São Paulo, da rua Vergueiro, carinhosamente apelidado de Topo dos Ventos. Foi o auge de uma era, para mim. (https://www1.folha.uol.com.br/fsp/folhatee/fm2701200304.htm)


Até que a febre dos filmes passou e grandes sites e grupos de internet, que fizeram a alegria do fandom (como Dúvendor), morreram. Outros persistiram, como a Valinor. Além dos grupos presenciais, Conselho Branco (responsável pelas Tocas) e Sociedade Tolkien Brasileira.


Sobre o Conselho Branco, cheguei a participar ativamente do grupo antes de seu hiato, perto de 2014. Aproximei-me do grupo por volta do ano de 2010. Agora, adulto, conheci definitivamente o pessoal que conhecia superficialmente no lançamento de O Silmarillion e forjei amizades perenes, inclusive pessoas que me apresentaram às atividades sérias no campo do druidismo... Fiz parte da última diretoria oficial (a que remodelou o logo do CB) e fui interventor da TocaSP, ocasião em que pude organizar a festa Hobbit em 2014, na Gibiteca Balão, em Itaquera. Foi um fim digno para uma era de muita amizade – e que, recentemente, foi retomada, com a reativação da TocaSP pelo Heberth e a sua oficialização como Smial da The Tolkien Society este ano!



Destaco que o grupo de amigos da TocaSP se organizou como Povos Livres de Arda e ano passado realizou uma linda festa em São Paulo. Pelo que tenho acompanhado de longe, os grupos tem passado a andar bem próximos em São Paulo, uma notícia bastante agradável, que sempre vi os grupos em São Paulo um tanto quanto alijados uns dos outros. Há novas pessoas também, o que permite essa maior “fluidez”: em que pese os grupos serem diferentes, todos estamos aqui para homenagear Tolkien.


Por volta do final de 2012, conheci a Isa Alves, uma brilhante professora de Artes, cosplayer (hoje muito conhecida no cenário SteamPunk) e fã das obras de Tolkien. Nos conhecemos por meio do Nelson Bendassoli, um conhecido e querido vendedor de Action Figures, que um tempo depois do nosso encontro, foi conhecer Illúvatar pessoalmente. Ela comprou algumas peças da ToyBiz (que eu colecionava) de O Senhor dos Anéis e, na confiança instantânea do Facebook, fizemos a compra em conjunto para dividir o frete.


Quando fui encontrá-la, também no Topo dos Ventos, para pegar meu Éomer, surgiu o Círculo Nazgûl, cuja página e grupo existem até hoje, sobretudo para falar de coleções ligadas à obra de Tolkien, bem como para falar da obra em si. O sucesso e engajamento do nosso grupo foi fenomenal: em 2013 já havíamos feito várias exposições com colecionáveis dentro de São Paulo, sempre crescendo em público. Em 2014 éramos nove no grupo (Isa Alves, Jorge Costa, eu, Atos Tonelli, Tatiana Schorn, Carlos Eduardo, Andre Kalixto Siqueira e Rodrigo Catini Flaibam), inclusive com uma ilustre participação de Portugal (Carlos Eduardo, o cozinheiro e piloto imperial do 501st português).





Pude, inclusive, em determinado momento, juntar a TocaSP e o Círculo Nazgûl na Festa Hobbit organizada na Gibiteca que mencionei, onde além do evento da Toca, também pudemos fazer uma exposição de colecionáveis.


O auge do Círculo Nazgûl foi 2014, quando organizamos a NazgûlCon, em São Paulo. Palestras, sorteios, combates medievais e a nossa maior exposição. Foi memorável. E muito ainda nos pedem para reprisar o evento. Sei que seria fenomenal, mas infelizmente o grupo já não anda unido como era antes (o que não significa que deixamos de ser amigos, muito pelo contrário). Aliás, a maior parte dos meus textos deste blog são compartilhados na página do Círculo Nazgûl, no Facebook.





Após, ingressei na Sociedade Tolkien Brasileira, que tinha um excelente e fixo Clube de Leitura organizado no auditório da Livraria Martins Fontes, da Avenida Paulista. Seu publico era crescente, atingindo seu auge por volta de 2016 e que, pelo que sei, parece que desde novembro de 2018 não acontece mais. E como meu negócio era estar sempre em contato com as obras, tendo em vista que em faltava tempo de dedicação para as atividades do Conselho Branco – TocaSP, fui para a STB e me afastei do CB. Nessa época fazia pós-graduação e meu tempo era dividido entre trabalhar e estudar. Não tinha mais como me dedicar ao CB como gostaria... Mas ainda assim pude fazer amigos, bons amigos.


Foto do meu acervo pessoal.

Poderia falar dos outros grupos de internet que participei nessa Era “Pós-filmes” do Peter Jackson, como o EA-TM (Escritores e Amantes da Terra-média), Valfenda – A Última Casa Amiga (onde cultivo, até hoje, um grupo de amigos muito bacana) e, até mesmo, da Tolkien Brasil. Desses, o único que existe para mim, hoje, é o Valfenda, já que me afastei do EA-TM também por falta de tempo (fui convidado pelo Roberto Rissato a fundar o grupo e ser administrador, mas não fiquei muito tempo por lá) e o outro me afastei depois de uma discussão com seu fundador, já que tentei traduzir um artigo de um famoso Tolkienista estrangeiro para o Conselho Branco, mas o dono do grupo deu a entender que esse Tolkienista tinha exclusividade com sua página (e eu também só poderia produzir material para ele), dando a ideia de que eu estava “roubando” o conteúdo do grupo dele... Depois descobri que ele era persona non-grata, tanto na STB como no CB, tendo tentado abrir um “smial” dessas sociedades na cidade dele, sem sucesso.


O que é possível perceber de toda esta narrativa é que após os filmes de O Senhor dos Anéis, a coisa esmoreceu. Mas voltou à ativa com os novos filmes adaptando O Hobbit e, em pouco tempo, novamente a intensidade do assunto esmoreceu. Entre as duas adaptações, contudo, novos personagens apareceram: o Tolkien Talk, a página Tolkienista, entre outras tantas que se multiplicam.


Vivemos uma Nova Era na divulgação e estudo das obras de Tolkien no Brasil: as belíssimas traduções da editora Harper Collins Brasil, que um dia vamos discutir por aqui, e a série da Amazon nos dão um novo impulso para discutir Tolkien. Isso tudo coroado com a cada vez mais ampla e aceita (ainda que, sim, existem muitos entraves à produção acadêmica destinada à fantasia) divulgação acadêmica de Tolkien, da Fantasia e dos Contos de Fada. Vide os trabalhos de Diego Klautau, Cristina Casa Grande, Reinaldo José Lopes, Fernanda Correia, Cido Rossi, Stéfano Stainle, entre tantos outros (é até injusto da minha parte deixar de citar todos, mas me apego aos que mais fácil vem à minha memória). Até eu produzi um artigo sobre Tolkien, em parceria com meu amigo Carlos Eduardo (aquele, do Círculo Nazgûl), que em algum momento deste ano deve ser publicado numa revista da FFLCH sobre Tolkien! Os tempos são áureos, mas com uma mentalidade mais madura. É inegável.


Qualquer dia desses, você pode me encontrar percorrendo a Terra-média no LOTRO – Lord of the Rings On-line e jogando Um Anel RPG pelo Skype/Discord. Porque não podemos nos encontrar por aí?

E você? Como conheceu a obra do Mestre e Professor JRR Tolkien? Deixe nos comentários.



Foto do meu acervo pessoal.

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